O SENHOR Deus havia dito ao primeiro homem: “[…] No dia em que dela comeres, certamente morrerás.” (Gn 2:16-17); no entanto, nem Adão e nem Eva morreram instantaneamente naquele dia. Por quê?
Para entendermos o que realmente dizem algumas passagens bíblicas, aparentemente contraditórias, é interessante buscarmos o sentido original de algumas palavras. Novas palavras são criadas a cada geração, outras caem em desuso e são esquecidas, e há ainda, palavras que sobreviveram até o presente, porém com significados diferentes, como a palavra cemitério.
A chave para esclarecimento da questão desta postagem está na palavra morte, que é a tradução da palavra grega thanatos e significa separação. Assim, o sentido do texto de Gn 2:17 é que o homem se separaria de Deus ao desobedecê-Lo, como diz no Livro de Isaías:
“Mas as vossas iniquidades fazem separação entre vós e o vosso Deus […]” (Is 59:2)
E é exatamente isso que podemos observar em Gn 3 – Ao cometerem pecado, o homem e a sua mulher passaram a agir de forma totalmente diferente dantes, tendendo a se separar de Deus:
- Percebendo a nudez, improvisaram a própria vestimenta, ao invés de recorrerem ao SENHOR;
- Sentiram vergonha e medo, por isso, procuraram se esconder do SENHOR;
- Esconderam-se da presença do SENHOR, ao invés de se aproximarem com alegria como sempre faziam;
- Procuraram o próprio refúgio, ao invés de se refugiarem no SENHOR;
- Preocuparam em se justificar perdendo a chance de se arrependerem;
- Procuraram se justificar acusando um ao outro;
- Falaram insolentemente contra SENHOR.
“Guarda-me, ó Deus, porque em ti me refugio. Digo ao SENHOR: Tu és o meu Senhor; outro bem não possuo, senão a ti somente.” (Sl 16:1-2)
Conclusão
O homem não teve a morte física instantânea ao comer da árvore proibida, mas sim, a morte espiritual – o seu afastamento de Deus a ponto de negar o seu próprio Criador, sendo indiferente e negligente em relação ao SENHOR e à sua santidade. A separação espiritual pode levar o homem à morte eterna ou segunda morte (cf Ap 20:14).