Quem fez a vontade do Pai em Mt 21:31?
Quem fez a vontade do Pai em Mt 21:31?

Quem fez a vontade do Pai em Mt 21:31?

Em Mateus 21:28-32, JESUS conta uma parábola em que um pai ordena aos seus filhos a ajudarem na vinha. Um deles disse que iria ajudá-lo e não foi, ao passo que o outro, negou à primeira instância, porém, depois, arrependido, foi.

  Observe as traduções de Mateus 21:31 em diversos idiomas:

  • “Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram-lhe eles: O primeiro. […]” (Bíblia Almeida Corrigida e Revisada Fiel)
  • “Qual dos dois fez a vontade do pai? Disseram eles: O segundo. […].” (Bíblia Almeida Revisada Imprensa Bíblica)
  • “Whether of them twain did the will of {his} father? They say unto him, The first. […]” (King James Version)
  •   “Qual dos dois fez a vontade do pai? Responderam eles: O segundo. […]” (Sociedade Bíblica Britânica)
  • “Qual de’ due fece il voler del padre? Essi gli dissero: Il primo. (Giovanni Diodati)
  • “Qual de’ due fece la volontà del padre? Essi gli dissero: L’ultimo. (Riveduta)
  • “Lequel des deux a fait la volonté du père? Ils lui dirent: Le premier.” (La Bible de l’Épée)

 

As traduções se dividem: umas dizem que o primeiro filho foi quem fez a vontade do pai; outras, o segundo. No entanto, ao lermos desde o começo da referente parábola, percebemos que há troca de ordem de filho: nas traduções que dizem que o primeiro filho fez a vontade do pai, está escrito que este disse que não iria e foi; e as traduções que dizem ser o segundo filho quem fez a vontade do pai, dizem que foi este quem disse não estar disposto a ajudar o pai, mas arrependido, foi.

 

A troca de ordem não é erro, mas um estilo de tradução, e como vemos, não traz nenhum prejuízo ao contexto da mensagem. O que não podemos é comparar versículos isolados ignorando todo o contexto, resultando em conclusões precipitadas – dizendo neste caso, uma das versões estarem errada. Estilos semelhantes podem ser notados em outras passagens da Bíblia, como já apresentamos na postagem anterior: Atos 10:19

 

É mais importante nos preocuparmos em compreender a mensagem do SENHOR

A parábola dos dois filhos nos ensina que as palavras não têm nenhum valor se não forem acompanhadas de atos equivalentes.

 

As palavras “sim” e “não” exercem um certo poder na nossa consciência. Por exemplo, quando dizemos “sim”, muitas vezes estamos nos enganando para ganhar tempo, cientes de que com o tempo, as coisas acabam no esquecimento. O “sim” dito irresponsavelmente é perigoso porque nos faz acomodar sem nenhuma disposição real de fazer o que prometemos. Assim, o elegante “sim” que muitas vezes pronunciamos, não passa de outra maneira de dizer “não”.

 

Na fé

Se os “améns” nas orações, testemunhos e pregações não forem legítimos, equivalem a veneno para cauterizar a consciência criando uma falsa impressão de obediência à Palavra, e servirá apenas para se desviar temporariamente do “não” que não tem coragem de dizer e encobrir a decisão de não fazer nada na fé. Todo “sim”, “amém” ou outra afirmativa que não produz fruto compatível não passa de ilusão e não agrada ao Pai. O pai da parábola é o nosso Pai celestial; nós somos os filhos; e a vinha é o ministério de Deus. O Pai nos chama para o Seu ministério. Que honra, que bênção! Não podemos viver dizendo “seja feita a Tua vontade” e vivermos indiferentemente ao divino chamado. Sejamos fiéis ao SENHOR e sirvamo-Lo não só de palavras mas também com obras!

“[…] Hoje, se ouvirdes a sua voz, não endureçais o vosso coração […]” (Hb 3:7-8)

 

Já um “não” honesto pode produzir, com a mesma força da negação, um arrependimento que se transforma num “sim” de ações, e que serão tão verdadeiras quanto a coragem do “não”. Isto porque dizer “não” gera muito mais reflexão e possibilidade de real mudança da mente, pondo a pessoa no caminho de uma nova decisão, igualmente sincera.

“[…] Seja o vosso sim sim, e o vosso não não, para não cairdes em juízo.” (Tg 5:12; cf. Mt 5:37)

 

Dizem e não fazem

A pergunta da parábola dos dois filhos foi dirigida aos fariseus. Estes que procuravam um meio de acusar o Senhor foram surpreendidos mais uma vez por JESUS. Como Ele já havia dito anteriormente, os homens se condenariam com as suas próprias palavras e obras:

  • Aquele que disse não, disse JESUS, são os pecadores assumidos como publicanos e meretrizes que se arrependem e que servem ao Pai;
  • O filho que disse sim, porém não foi, representa o caráter dos fariseus com quem o Senhor falava, e Ele os fez admitir esta verdade, mesmo que involuntariamente.

Leia Mateus 23: Jesus censura os escribas e os fariseus

 

Justiça própria não é verdadeira justiça, e aqueles que a ela se apegam terão que sofrer as conseqüências de uma decepção fatal. Muitos hoje em dia presumem obedecer aos mandamentos de Deus, todavia não possuem no coração o amor de Deus para transmiti-la a outros. O Senhor os chama para a Sua Obra de salvar o mundo, porém contentam-se em dizer: “Eu vou, Senhor” e não vão. Não cooperam com aqueles que estão executando a obra de Deus e são ociosos. Como o filho infiel, fazem falsas promessas a Deus. Assumindo o solene convênio da igreja, comprometeram-se a receber a Palavra de Deus, obedecer-Lhe, entregar-se a Seu serviço, porém não fazem isto. Nominalmente professam ser filhos de Deus, mas na vida e no caráter desmentem o vínculo, não rendem a vontade a Deus, vivem uma mentira.