Ao lermos as duas epístolas enviadas para os cristãos da cidade de Corinto, notamos que a principal preocupação de Paulo para com aquela igreja era de combater os costumes estranhos à vida cristã:
- Dissensões (1 Co 1:11) – “Pois a vosso respeito, meus irmãos, fui informado, pelos da casa de Cloe, de que há contendas entre vós.”;
- Tietagem e devoção aos apóstolos (1 Co 1:12; 3:1-9) – “Refiro-me ao fato de cada um de vós dizer: Eu sou de Paulo, e eu, de Apolo, e eu, de Cefas, e eu, de Cristo”;
- Demasiada busca à sabedoria e aos sábios do mundo (1 Co 3:18-23) – “Porque a sabedoria deste mundo é loucura diante de Deus; porquanto está escrito: Ele apanha os sábios na própria astúcia deles”;
- Fé materialista (1 Co 3:10-17) – “[…] Porque ninguém pode lançar outro fundamento, além do que foi posto, o qual é Jesus Cristo. Contudo, se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, manifesta se tornará a obra de cada um; pois o dia a demonstrará, porque está sendo revelada pelo fogo […]”;
- Exageros doutrinários (1 Co 4:6) – “[…] Não ultrapasseis o que está escrito; a fim de que ninguém se ensoberbeça a favor de um em detrimento de outro;
- Imoralidade (1 Co 5) – havia quem se atrevia “a possuir a mulher de seu próprio pai”;
- Conflitos e processos entre os membros da igreja (1 Co 6:1-11) – “Para vergonha vo-lo digo. Não há, porventura, nem ao menos um sábio entre vós, que possa julgar no meio da irmandade?”;
- Sensualidade, prostituição, adultério (1 Co 6:12-20) – “Ou não sabeis que o homem que se une à prostituta forma um só corpo com ela? […]”;
- Problemas no casamento e na família (1 Co 7:1-17);
- Costumes idólatras (1 Co 8:7) – “[…] Porque alguns, por efeito da familiaridade até agora com o ídolo […]”;
- Ataque a direitos apostólicos (1 Co 9) – “Não sou eu, porventura livre?”
Observamos que o apóstolo aponta vários defeitos na igreja em Corinto. Qual era o problema?
No começo da sua vida missionária, Paulo pregou a mensagem de Cristo aos seus conterrâneos judeus na diáspora. No entanto, notando que pouquíssimos judeus abraçavam o evangelho de Cristo, e que a maioria dos judeus eram ferrenhos perseguidores, Paulo partiu para evangelizar os gentios. Inúmeros gentios se converteram ao Senhor JESUS Cristo e logo formaram comunidades cristãs (igrejas) principalmente na Macedônia e Acaia que na época, eram províncias romanas: Bereia, Filipos, Tessalônica e Corinto.
O principal problema que os apóstolos enfrentaram entre os judeus cristãos era com a sua antiga religião, o judaísmo; e dentre os cristãos coríntios – que na sua maioria eram gentios, problema era a cultura pagã. Então, nota-se que muitas questões morais mais básicas e óbvias para qualquer judeu eram totalmente novas e incompreensíveis aos gentios que vinham do paganismo. Os apóstolos precisaram ensinar desde o começo, como podemos verificar no versículo abaixo:
“Leite vos dei a beber, não vos dei alimento sólido; porque ainda não podíeis suportá-lo Nem ainda agora podeis, porque ainda sois carnais.” (1 Co 3:2)
A mensagem vale ainda para os dias de hoje
Problemas semelhantes são observados hoje em igrejas do mundo todo. Nós, gentios, fomos chamados para fora do mundo pecaminoso pela graça do nosso bom Senhor JESUS Cristo. No entanto, sucede-se que muitos gentios cristãos não abandonando totalmente as antigas crenças, doutrinas pagãs e todo tipo de mundanismo trouxeram-nas como bagagens à nova vida nas igrejas. Não se tratam de diferenças culturais, mas mais do que isto: costumes pecaminosos – e o pecado é ofensa a Deus, não importa a cultura! No vocabulário bíblico, esta bagagem nociva se chama fermento.