JESUS, o filho de Davi
JESUS, o filho de Davi

JESUS, o filho de Davi

Quero lhe falar aqui de uma das muitas maravilhosas profecias e seu cumprimento registrada na Bíblia Sagrada. Paulo diz:

“O qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras, com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi […] a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 1:2-4) 

 

O Antigo Testamento sempre profetizou que:

  • o trono de Davi seria eterno;
  • o Rei JESUS Cristo viria da descendência de Davi;
  • e se sentaria no trono de Davi.

 

“Quando teus dias se cumprirem e descansares com teus pais, então, farei levantar depois de ti o teu descendente, que procederá de ti, e estabelecerei o seu reino.” (2 Sm 7:12 – Aliança do SENHOR com Davi)

 

“Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz; para que se aumente o seu governo, e venha paz sem fim sobre o trono de Davi e sobre o seu reino, para o estabelecer e o firmar mediante o juízo e a justiça, desde agora e para sempre. O zelo do SENHOR dos Exércitos fará isto” (Is 9:7)

 

Para confirmar estes cumprimentos proféticos, Mateus e Lucas registraram nos seus evangelhos a genealogia de JESUS Cristo em Mt 1:1-17 e Lc 3:23-38 respectivamente.

 

Um problema parece surgir quando lemos em Jr 22:30 uma maldição lançada sobre o rei Jeconias, o mesmo que consta na genealogia apresentada por Mateus:

“Tão certo como eu vivo, diz o SENHOR, ainda que Jeconias, filho de Jeoaquim, rei de Judá, fosse o anel do selo da minha mão direita, eu dali o arrancaria.” (Jr 22:24);

 

“Assim diz o SENHOR: Registrai este como se não tivera filhos; homem que não prosperará nos seus dias, e nenhum dos seus filhos prosperará, para se assentar no trono de Davi e ainda reinar em Judá.” (Jr 22:30).

 

compare com:

“Depois do exílio na Babilônia, Jeconias gerou a Salatiel; e Salatiel, a Zorobabel; […] E Jacó gerou a José, marido de Maria, da qual nasceu Jesus, que se chama Cristo.” (Mt 1:12 e 16).

 

Pelo que vemos aqui, parece que o nosso Rei JESUS, segundo a carne descendia de um homem amaldiçoado, aliás não só Jeconias era amaldiçoado, mas muitos outros; mas no caso deste, o SENHOR dissera que nenhum dos seus filhos (descendentes) seria rei.

 

No hebraico, a língua em que foi escrito o Antigo Testamento, o termo filho pode também significar descendente; e o termo pai, ascendente.

 

Desde quando Mateus escreveu o evangelho, a genealogia de JESUS têm sido alvo de críticas e escândalos pelos poucos esclarecidos. Nos tempos apostólicos, judaizantes procuravam mostrar aos cristãos que estes estavam errados em crer em JESUS, porque segundo o entendimento deles, Jeconias não poderia ter nenhum descendente que viesse a se sentar no trono da linhagem de Davi.

 

Quando o nosso Senhor foi crucificado, Pôncio Pilatos escreveu: “JESUS NAZARENO, O REI DOS JUDEUS” (cf. Jo 19:19), porém, os sacerdotes judeus escandalizados pediram que Pilatos mudasse o seu texto para: “ele disse: Sou o rei dos judeus” (cf. Jo 19:21). Pilatos porém não aceitou o pedido dos judeus.

 

Ora, qual foi o motivo deste escândalo? Para os sacerdotes judeus, JESUS não poderia ser o Cristo pelos motivos apresentados acima, por isso, segundo eles, só poderia ser um impostor (cf. Mt 27:63).

 

Solucionando o problema

Existem sim, algumas dificuldades na Bíblia Sagrada que devem ser estudadas com mais profundidade para não cometermos erros semelhantes aos que os antigos judeus cometeram negando o Rei JESUS. A Palavra de Deus não pode falhar. A própria Bíblia nos dá várias soluções para este problema:

 

Maldição de Jeconias (Joaquim)

É verdade que Deus amaldiçoou o rei Jeconias e a respeito dos seus filhos declarou que nenhum deles jamais viria a ser rei. A Jeconias (também chamado Joaquim) disse: ainda que “fosse como o anel do selo da minha mão direita, eu dali o arrancaria.” (Jr 22:24). O rei Jeconias e o seu povo foram exilados para a Babilônia, e de fato, não se levantou mais rei que fosse seu descendente. O seu sucessor, o último rei de Judá, nomeado pelo rei da Babilônia, foi seu tio paterno, Matanias (Zedequias). Depois de se completarem 70 anos de cativeiro, muitos voltaram para Jerusalém. Dentre eles, estava Zorobabel que foi neto do rei amaldiçoado. Porém a Zorobabel, o SENHOR disse: “[…] E te farei como um anel de selar, porque te escolhi, diz o SENHOR dos Exércitos.” (Ag 2:23) – dando a entender que a maldição foi quebrada a partir de Zorobabel. Daí, não teremos nenhuma dificuldade em declarar que JESUS Cristo, mesmo descendendo de Jeconias, é: Rei, Cristo e Salvador.

“É que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lc 2:11)

 

Genealogia de JESUS Cristo

É notório que a genealogia apresentada por Mateus difere da apresentada por Lucas. Na verdade, do patriarca Abraão até o rei Davi os nomes se conferem (salvo casos de alguns com diferença de pronúncia), porém, após Davi, Mateus segue pela linhagem real que é de Salomão; enquanto Lucas, pela linhagem de um outro filho de Davi, Natã*.

“São estes os nomes dos que lhe nasceram em Jerusalém: Samua, Sobabe, Natã, Salomão, Ibar, Elisua, Nefegue, Jafia, Elisama, Eliada e Elifelete.” (2 Sm 5:14-16 – filhos de Davi)

 

*Os livros de Esdras, Samuel, Reis e Crônicas que estão envolvidos neste estudo citam muitos homens chamado Natã, alguns contemporâneos de Davi. Não confundir Natã, filho de Davi com:

  • o profeta Natã (2 Sm 7; 2 Sm 12; 1 Cr 29:25; 1 Rs 11-45);
  • pai de Igal, guerreiro de Davi (2 Sm 23:36; 1 Cr 11:38);
  • um descendente de Judá (1 Cr 2:36);
  • um dos companheiros de Esdras (Ed 8:16);
  • filho de Bani, que obedecendo a Esdras, despediu a sua esposa gentia (Ed 10:39).

 

Genealogia de JESUS pela linhagem de Maria

Mateus dá a linhagem de JESUS Cristo através da linhagem real até José; porém é importantíssimo notar que em Lc 3, embora conste o nome de José, é na verdade linhagem de Maria. Veja:

“[…] Era, como se cuidava, filho de José, filho de Eli;” (Lc 3:23)

 

A Bíblia é realmente impressionante. Observe a frase “como se cuidava” que está entre vírgulas no versículo acima. Em algumas traduções, aparece entre parênteses. Vejamos em outros idiomas também:

  • “Era conhecido como filho de José” (Português – Versão O Livro)
  • “Being (as was supposed) the son of Joseph” (Inglês – como era suposto, isto é, supostamente);
  • “人にはヨセフの子と思はれ給へり。” (Japonês arcaico – as pessoas pensavam que era filho de José);

 

  • “Como se creía; que fue hijo de Elí,” (Espanhol – como se cria, isto é, como as pessoas acreditavam ser);
  • “ως ενομιζετο υιος ιωσηφ του ηλι”  (Grego – como filho desalinhado de Eli).

 

É clara a intenção de Lucas em dizer que José não era pai biológico do Senhor JESUS, nem José filho biológico de Eli. Lucas apenas substituiu o nome de Maria pelo nome do seu esposo José para manter os nomes dos homens no documento genealógico como era de costume nos registros antigos.

 

Quando o anjo Gabriel apareceu à Maria para anunciar a boa nova, disse: “[…] Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai” (Lc 1:32), confirmando que Maria também era descendente de Davi. Assim, tanto pelo lado de José, como de Maria, JESUS era descende de Davi.

“No sexto mês, foi o anjo Gabriel enviado, da parte de Deus, para uma cidade da Galileia, chamada Nazaré, a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria.” (Lc 1:26-27)

 

No entanto, não deixemos de observar que, biblicamente, José não era pai biológico do Senhor, porque JESUS Cristo é inteiramente Deus, e inteiramente homem. Para atender esta condição, o Senhor teria que ter um dos pais divino e outro humano. Como só a mulher pode dar à luz, este foi o papel de Maria (Mt 1:21). Daí, temos mais um interessantíssimo detalhe que a Bíblia nos dá: A mulher deveria ser virgem:

Profecia: – “Portanto, o Senhor mesmo vos dará um sinal: eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho e lhe chamará Emanuel.” (Is 6:14)

Cumprimento – “[…] Foi o anjo Gabriel enviado […] a uma virgem desposada com certo homem da casa de Davi, cujo nome era José; a virgem chamava-se Maria.” (Lc 1:26-27)

 

Por que deveria ser virgem?

  • Para ser um acontecimento sobrenatural, isto é, sinal de Deus;
  • Para ser gerado do Espírito Santo (Mt 1:21);
  • Para que se cumprisse a profecia de Isaías (Is 6:14);
  • Para que José não fosse pai biológico de JESUS;
  • Para que JESUS Cristo – o Maravilhoso Conselheiro, Deus forte, Pai da Eternidade e Príncipe da paz viesse ao mundo como um menino, e como um filho (cf. Is 9:6)

 

José e Maria foram pais segundo a lei

Em Mt 1:16 está registrado que o pai de José foi Jacó, e Mateus deixou claro: “José, marido de Maria”; mas Lucas diz que o pai de José “como se acreditava ser”, foi Eli (Lc 3:23). Na verdade, José era filho de Jacó e genro de Eli.

Para explicar esta colocação de Lucas, basta verificarmos a cultura dos homens ao redor do mundo:

  • No Brasil, muitos genros dizem aos seus sogros que são como se fossem os seus pais;
  • No Oriente, os genros chamam os sogros de pai e mãe, ficando às vezes difícil de saber se são pais biológicos ou não;
  • Na língua inglesa, genro é son in law, e sogro é father in law; isto é, filho na lei e pai na lei respectivamente.

 

Na cultura hebraica não é muito diferente. Então, não há nenhum problema em Lucas ter assim registrado porque:

  • embora José não fosse pai biológico do Senhor, foi legalmente pai do nosso Senhor; porque:
  • José foi legalmente casado com Maria; e
  • Maria era legítima mãe de JESUS (na carne).

 

O eterno trono de Davi

“Naquele dia, levantarei o tabernáculo caído de Davi, repararei as suas brechas; e, levantando-o das suas ruínas, restaurá-lo-ei como fora nos dias da antiguidade” (Am 9:11)

 

Segundo os livros dos Reis e Crônicas, o trono de Davi teve fim. O último rei da linhagem de Davi foi Zedequias (2 Cr 36:11-16). Depois deste, Jerusalém foi destruída pelos babilônicos e não se levantou mais reis. No entanto, o SENHOR assegurou que o trono de Davi seria eterno. E, mais uma vez, a promessa se cumpriu em Cristo:

“Eis que conceberás e darás à luz um filho, a quem chamarás pelo nome de Jesus. Este será grande e será chamado Filho do Altíssimo; Deus, o Senhor, lhe dará o trono de Davi, seu pai; ele reinará para sempre sobre a casa de Jacó, e o seu reinado não terá fim.” (Lc 1:32)

 

Conclusão

O grande compromisso dos apóstolos e evangelistas da igreja primitiva era justamente apresentar ao mundo a mensagem que o anjo havia trazido em Belém. JESUS Cristo é o Salvador, e não há outro além Dele, porque em Cristo se cumpriu todos os requisitos profetizados:

“[…] Não temais; eis aqui vos trago boa-nova de grande alegria, que o será para todo o povo: é que hoje vos nasceu, na cidade de Davi, o Salvador, que é Cristo, o Senhor.” (Lc 2:10-11)

 

Assim, entendendo, muitos judeus e gentios, creram em JESUS, o qual como Paulo, chamaram intimamente de “nosso Senhor”:

“O qual foi por Deus, outrora, prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras, com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi […] a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor” (Rm 1:2-4)