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Epimênides
Epimênides
Epimênides

Epimênides

Epimênedes foi um filósofo, poeta e profeta secular que viveu no século V a.C. Nascido na ilha de Creta, foi uma figura influente na antiga sociedade grega. Veremos a seguir algumas referências indiretas a Epimênides encontradas na Bíblia: 

 

Paradoxo de Epimênides

“Foi mesmo, dentre eles, um seu profeta, que disse: Cretenses, sempre mentirosos, feras terríveis, ventres preguiçosos.”  (Tt 1:12)

 

Paulo estava se referindo a Epimênides quando disse “dentre eles, um profeta”. Em seguida cita o paradoxo de Epimênides que era uma das frases bastante popular naquela época. Veja a semelhança:

“Todos os cretenses são mentirosos” (Paradoxo de Epimênides)

 

Paradoxo é uma figura de linguagem onde há contradição proposital numa mesma frase. Epimênides, sendo poeta, utilizou este e outros recursos linguísticos para se expressar nas suas obras. Observe:

 

Considerando que Epimênides também era um cretense, conclui-se que Epimênides mentiu quando afirmou que todos os cretenses são mentirosos. Por isso, a frase “todos os cretenses são mentirosos” é mentira.

Por conseguinte, deduz-se que a frase correta seria “todos os cretenses são verdadeiros”. Ainda assim,  a confusão prevalece, e sem solução:

  • O mentiroso diz: todos são mentirosos;
  • O mentiroso diz: todos são verdadeiros.

 

Outro exemplo de paradoxo:

  • A próxima frase é verdadeira:
  • A frase anterior é falsa.

 

Voltando à análise, uma dificuldade surge quando lemos a declaração de Paulo:

“Tal testemunho é exato. Portanto, repreende-os severamente, para que sejam sadios na fé.” (Tt 1:13)

 

Como poderia Paulo afirmar uma contradição? O apóstolo teria caído na brincadeira do poeta por citar uma frase não cristã?

Acima de tudo cremos que não há mentiras na Bíblia, pois ela contém Palavras inspiradas por Deus, útil para o ensino (cf. 2 Tm 3:16). Ademais, Paulo era um homem cheio do Espírito Santo, conhecedor de várias culturas e línguas, e sabia o que estava falando. A solução para este aparente problema é simples:

 

  1. Acima falamos de figuras de linguagem. Lembremos de mais uma: hipérbole, que é um recurso linguístico caracterizada por expressão exagerada com objetivo de enfatizar uma mensagem. Exemplos de hipérbole: 1. morrer de rir; 2. demorar um século para atravessar a rua; 3. advertir um milhão de vezes.
  2. Epimênides, sendo um poeta, também usou este recurso nos seus textos. Devemos levar em consideração que a frase “cretenses sempre mentirosos”  é um exagero, pois embora muitos cretenses fossem mentirosos, certamente, havia cretenses honestos.
  3. Assim, naquele momento, Paulo citou a frase de Epimênides não como um  paradoxo e sim como hipérbole, e isto podemos perceber bem no contexto da mensagem: Paulo estava instruindo Tito a pastorear o rebanho em Creta.
  4. A frase em questão, mesmo que não seja inspirada, era verdade. Toda verdade é uma verdade, não importa quem a tenha dito, tanto que encontramos verdades ditas por incrédulos, falsos profetas, e até por espíritos imundos (cf. At 16:16-18).

 

O altar ao Deus desconhecido (At 17:23)

Altar ao Deus desconhecido

“Porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio.”

 

Algumas fontes históricas dizem que nos tempos de Epimênides houve uma grande seca em Atenas, enquanto que outras fontes dizem que houve uma grande peste que atingiu a cidade.  Qual seja a versão, todas as fontes concordam que Epimênides, o profeta pagão da longínqua ilha de Creta, foi convocado a Atenas para solucionar o problema.

 

Na Grécia antiga havia mais deuses do que homens (e isto não é hipérbole) e diante deste fato é perfeitamente compreensível a revolta de Paulo:

“Enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se revoltava em face da idolatria dominante na cidade.” (At 17:16)

 

Altar ao Deus desconhecido – Museu Palatino, Roma

Diante de tamanha assolação que atingia a cidade, os atenienses invocaram cada um o seu deus, porém, obviamente, nenhum milagre aconteceu para frear a tragédia. Epimênides sugeriu que soltassem alguns animais e no altar em que eles se dirigissem, seriam sacrificados e o deus invocado. Porém, inusitadamente, os animais se dirigiram a um canto sem nenhuma representação idólatra. Epimênides ordenou que construísse um altar naquele exato lugar e gravasse uma inscrição: AO DEUS DESCONHECIDO. 

 

Paulo, conhecedor desse acontecimento, quando esteve em Atenas séculos depois, aproveitou sabiamente a ocasião para começar a pregação:

“[...] Senhores atenienses! Em tudo vos vejo acentuadamente religiosos; porque, passando e observando os objetos de vosso culto, encontrei também um altar no qual está inscrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Pois esse que adorais sem conhecer é precisamente aquele que eu vos anuncio.” (At 17:22-23)