Quem é o seu ancião?
Quem é o seu ancião?

Quem é o seu ancião?

No nosso dicionário, o termo “ancião” significa velho, idoso, avançado em idade; porém, na Bíblia, nem sempre o significado é este, pois na maioria das vezes, refere-se aos crentes que deixando de ser neófitos (1Tm 3:6), chegaram a maturidade espiritual.

 

Veja a seguir a palavra “ancião” em outras línguas:

  1. Latim – SENATUS: nos lembra “senado”, que era assembléia dos anciãos na época dos romanos;
  2. Grego – PRESBYS: são os “presbíteros” eleitos por Deus, várias vezes citados no N.T.;
  3. Árabe – SHEIKH: título de vários políticos e religiosos árabes;
  4. Inglês – ANCIENT: termo emprestado do francês ANCIEN, que por sua vez, deriva do latim ANTEANUS que significa “antes de“. Daí a palavra “antigo“.

 

Na antiga Grécia havia prédios denominados arkheion onde os sábios anciãos lavravam e guardavam documentos e relatórios importantes para os seus cidadãos. Do termo arkheion se originaram as palavras arquivo e arqueologia. Por isso, em alguns casos, uma consulta ao arquivo ou estudar arqueologia se torna tão necessário quanto consultar os peritos no assunto.

 

Os anciãos ou presbíteros gozam de promessas especiais. No Livro de Salmos, encontramos as Súplicas de Um Ancião, e nelas encontramos uma oração muito importante:

“Não me rejeites na minha velhice; quando me faltarem as forças, não me desampares.” (Sl 71:9)

 

Constatamos em Sl 92:12-15, a resposta divina para este pedido também em forma de salmo, onde se confirma a promessa não aos descrentes ou mornos na fé, e sim claramente aos que exercem a fé e vivem a anunciar a justiça de Deus:

 

“O justo florescerá como a palmeira, crescerá como o cedro no Líbano. Plantados na Casa do SENHOR, florescerão nos átrios do nosso Deus. Na velhice darão frutos, serão cheios de seiva e de verdor, para anunciar que o SENHOR é reto. Ele é a minha rocha, e nele não há injustiça.”

 

O SENHOR ordenou que os anciãos fossem honrados e respeitados:

“Diante das cãs te levantarás, e honrarás a presença do ancião, e temerás o Deus. Eu sou o SENHOR.” (Lv 19:32)

 

“Rogo igualmente aos jovens: sede submissos aos que são mais velhos; outrossim, no trato de uns com os outros, cingi-vos de humildade, porque Deus resiste aos soberbos, contudo, aos humildes concede a sua graça.” (2Pe 5:5)

 

Em todos os tempos, ofender um ancião sempre foi sinônimo de decadência moral. Isaías profetizou a respeito desta desgraça em Israel:

“Entre o povo, oprimem uns aos outros, cada um, ao seu próximo; o menino se atreverá contra o ancião, e o vil, contra o nobre.” (Is 3:5)

 

Uma obra séria

É verdade que nem todos homens avançados em idade possuem qualidades para se tornarem “anciãos”. Lembremos de alguns versículos que expressam nitidamente esta verdade:

“Melhor é o jovem pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que já não se deixa admoestar.” (Ec 4:13)

 

“Mas rejeita as fábulas profanas e de velhas caducas. […]” (1Tm 4:7)

 

Na igreja, nem sempre o irmão mais avançado em idade é qualificado a exercer o ministério e dar conselhos. Na verdade, a exigência bíblica para se tornar ancião são muitos, como podemos conferir em 1Tm 3. Além disso, Paulo faz lembrar que os verdadeiros anciãos devem se esforçar na pregação e no ensino da Palavra (1Tm 5:17), e que os que tropeçam no Caminho devem ser repreendidos (1Tm 5:20).

 

Um exemplo clássico de escolha de anciãos está expresso em Êx 18:21, onde Jetro aconselha o seu genro Moisés a constituir anciãos para ajudá-lo no seu ministério perante o SENHOR:

“Procura dentre o povo homens capazes, tementes a Deus, homens de verdade, que aborreçam a avareza; põe-nos sobre eles por chefes de mil, chefes de cem, chefes de cinquenta e chefes de dez” (Êx 18:21)

 

Sinédrio

Também chamado “concílio” ou “presbitério”, o sinédrio é reunião dos anciãos para tratar os assuntos referentes ao ministério (At 5:21).

 

Os anciãos da época dos apóstolos se reuniam periodicamente entre si e com os apóstolos para oração, para compartilhar os testemunhos (At 15:4); para resolver alguma questão eclesiástica (At 15:6 e 23); e, principalmente para fortalecer a igreja confiada por Cristo (At 16:4-5).

 

Quem é o seu ancião?

Em primeiro lugar, jamais devemos nos esquecer que a igreja está sujeita a Cristo (Ef 5:24); por outro lado, também não podemos ignorar que o Espírito Santo constituiu homens maduros na fé para orientar a igreja (At 20:28). O ancião do rebanho em cada igreja nossa, é o próprio pastor, e o ancião dos pastores, é o pastor que os conduziu na fé até assumirem o ministério. Portanto lembremos do que está escrito:

“Obedecei aos vossos guias e sede submissos para com eles; pois velam por vossa alma, como quem deve prestar contas, para que façam isto com alegria e não gemendo; porque isto não aproveita a vós outros.” (Hb 13:17)

 

Conselho aos irmãos

O jovem Roboão, assim que se tornou rei de Israel, tomou uma trágica decisão quando ficou entre o conselho dos anciãos e dos jovens que haviam crescido com ele.

“Porém ele desprezou o conselho que os anciãos lhe tinham dado e tomou conselho com os jovens que haviam crescido com ele e o serviam.” (1Rs 12:8)

 

A decisão de Roboão de procurar o conselho de jovens (1Rs 12:14) – “de igual para igual” foi cômoda e agradável ao seus olhos, mas isto levou o país a se desintegrar e ruir. Semelhantemente, procurar conselhos de colegas inexperientes pode ser mais fácil por não exigir muita formalidade. O resultado, certamente, não será diferente do de Roboão.

 

Não negligencie o ancião constituído por Deus na igreja que o SENHOR lhe chamou. Não procure por homens na TV, rádios, ou outros meios, que muitas vezes não passam de mercenários sem compromisso com a sua salvação. Cabe lembrar também que não convém o rebanho de um ministério procurar conselhos de ancião de um outro ministério, mesmo que sejam da mesma igreja.

“[…] Crede no SENHOR, vosso Deus, e estareis seguros; crede nos seus profetas e prosperareis.” (2Cr 20:20)

 

Participe do presbitério e cresça no amor por Cristo e pela Sua obra, pois a recompensa é grande:

“Rogo, pois, aos presbíteros que há entre vós, eu, presbítero como eles, e testemunha dos sofrimentos de Cristo, e ainda co-participante da glória que há de ser revelada: pastoreai o rebanho de Deus que há entre vós, não por constrangimento, mas espontaneamente, como Deus quer; nem por sórdida ganância, mas de boa vontade; nem como dominadores dos que vos foram confiados, antes, tornando-vos modelos do rebanho. Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis a imarcescível coroa da glória.” (1Pe 5:1-2)