Por que o Senhor falava por parábolas?
Por que o Senhor falava por parábolas?

Por que o Senhor falava por parábolas?

Parábola é uma palavra de origem grega que significa “por coisas lado a lado” e se assemelha à palavra alegoria, que significa “dizer coisas de maneira diferente”. As parábolas eram histórias paralelas, verdadeiras ou fictícias,  para ilustrar melhor algum ensinamento  e, assim, tornar mais fácil a assimilação da verdade; pois o aprendiz ao tirar as suas próprias conclusões através das parábolas, fixa-a mais facilmente. No Brasil, é costume dizer “tirar moral da história”, referindo-se a alguma lição contida na parábola.

 

Assim, é comum pensarmos que JESUS falava por parábolas para ajudar no entendimento dos seus ouvintes; porém ao conferirmos atentamente a Bíblia, vemos que a intenção do Senhor era exatamente oposta:
O Senhor falava por parábolas para confundir ainda mais os seus ouvintes e, assim, selecionar os que realmente queriam ouvi-Lo. Fato semelhante vemos em Mt 8:18-22, quando o Senhor põe em prova os que desejavam segui-Lo.
“Ouvireis com os ouvidos e de nenhum modo entendereis; vereis com os olhos e de nenhum modo percebereis.” (Mt 13:14)

 

A multidão, que muitas vezes se reunia para ouvir os ensinamentos do Senhor JESUS, ouvia por curiosidade, mas sem muito ou nenhum interesse.

“Porque o coração deste povo está endurecido, de mau grado ouviram com os ouvidos e fecharam os olhos […]” (Mt 13:15)

 

A pregação é para todos, porém, nem todos estão capacitados para ouvir com os ouvidos e entender com o coração, ou seja, as palavras são para as pessoas que realmente estão interessadas em compreendê-las.

“Bem-aventurados, porém, os vossos olhos, porque vêem; e os vossos ouvidos, porque ouvem.” (Mt 13:16)

 

Isto não quer dizer que os discípulos entenderam a parábola do semeador (cf. Mt 13:1-23). A diferença entre os discípulos e os demais ouvintes é que os primeiros foram pedir esclarecimentos ao Senhor, ao passo que, os demais, provavelmente, achando que haviam entendido, ou mesmo desprezando o que acabaram de ouvir, foram se dispersando.
“[…] Senhor, para quem iremos? Tu tens as palavras da vida eterna”  (Jo 6:68)

 

Vontade de ouvir e de aprender

Somente aos discípulos que humildemente ficaram é que foi dado entendimento para compreenderem a parábola.

“Se buscares a sabedoria como a prata  e como a tesouros escondidos a procurares, então, entenderás o temor do SENHOR e acharás o conhecimento de Deus.

 

Porque o SENHOR dá a sabedoria e da sua boca vem a inteligência e o entendimento.

 

Ele reserva a verdadeira sabedoria para os retos; é escudo para os que caminham na sinceridade” (Pv 2:4-7)

 

Ouvir atentamente faz a diferença

O Senhor explicou que este pequeno detalhe pode fazer grande diferença no destino do homem: a salvação.
“[…] Ouvir com os ouvidos e a entender com o coração, e se converta e seja salvo.” (Is 6:10)

 

Um bom exemplo disto, está em Jo 3:1-15, onde Nicodemos, de noite, foi visitar JESUS. De noite, porque certamente, Nicodemos não queria deixar um assunto tão importante para o dia seguinte; tinha que ser para já – ele tinha sede da palavra. JESUS falou-lhe da necessidade do novo nascimento, porém, Nicodemos, humildemente Lhe disse não ter entendido. Sim, Nicodemos não se envergonhou em perguntar ao Senhor, tampouco fingiu ter entendido. Então, JESUS explicou novamente com pormenores a respeito da salvação.

“Tu és mestre em Israel e não compreendestes estas coisas?”  (Jo 3:10)

 

Assim, fingir que entendeu algo é uma má atitude. Porque ao que não tem, até o que tem lhe será tirado (cf. Mt 13:12), os primeiros serão os últimos (Mt 19:30), os que choram são bem-aventurados (Mt 5:4), o menor será maior (cf. Lc 9:48); e quando somos fracos é que somos fortes (cf. 2 Co 12:10).
O nosso Senhor continua nos falando nos dias de hoje através de parábolas. Que todos tenham um espírito humilde e sensível à voz do Senhor para poder ouvi-Lo.
“Aprendei, pois, a parábola da figueira: quando os seus ramos se renovam e as folhas brotam, sabeis que está próximo o verão.”  (Mt 24:32)

 

Paulo disse a Timóteo que as sagradas letras podem tornar as pessoas sábias para a salvação (cf. 2 Tm 3:15). Ele não disse “tornam”, e sim “podem tornar”, porque mesmo sendo as mesmas sementes, o dar fruto ou não depende também do terreno onde elas caem. Ora, na própria parábola do semeador o Senhor já dizia que a semente que caíra em boa terra é a que frutificara.

“Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas.” (Ap 2:29)

 

Se, como Maria, atentarmos o nosso coração às Palavras do Senhor, certamente, teremos muito a ganhar, inclusive a nossa salvação. A fé vem por ouvir (cf. Rm 10:17) e no final da fé, esperamos a  salvação da nossa alma (cf. 1 Pe 1:9).
“[…] Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.” (Lc 10:42)