Disciplina cristã
Disciplina cristã

Disciplina cristã

As profecias bíblicas não se resumem apenas em fatos históricos precisos que ocorreram em Israel, na Pérsia ou na Babilônia; nem em eventos físicos e catastróficos como guerras, epidemias e terremotos que seguirão até o Fim. Vivemos tempos de moralidade cada vez mais decadente, e sobre isso também a Bíblia profetiza:

“Saiba disto: nos últimos dias sobrevirão tempos difíceis, pois os homens serão egoístas, avarentos, jactanciosos, arrogantes, blasfemadores, desobedientes aos pais, ingratos, irreverentes, desafeiçoados, implacáveis, caluniadores, sem domínio de si, cruéis, inimigos do bem, traidores, atrevidos, enfatuados, mais amigos dos prazeres que amigos de Deus, tendo forma de piedade, negando-lhe, entretanto, o poder. Foge também destes.” (2 Tm 3:1-5)

 

As pessoas se revoltam ou questionam quando são disciplinadas. E, parece que não há mais restrições ou limites dentro ou fora das igrejas. No entanto se faz necessário reconhecermos que a autoridade da disciplina procede do cabeça da igreja, que é Cristo (cf. Ef 5:23). Por isso, rejeitar ou rebelar-se contra a disciplina é um grande mal que impede um homem a reconhecer o seu próprio pecado. Ora, o verdadeiro arrependimento leva à restauração e aceitação da parte do nosso Salvador e à plena comunhão com o seu corpo que é a igreja.

 

Em Tt 3:1-11 temos um bom exemplo disto: o jovem pregador Tito é exortado por Paulo para que a boa disciplina seja lembrada e seguida na casa de Deus. Quando a questão disciplina é negligenciada nas igrejas, acarretam grandes prejuízos nos resultados:

“Então, vindo os servos do dono da casa, lhe disseram: Senhor, não semeaste boa semente no teu campo? Donde vem, pois, o joio?” (Mt 13:27)

 

Já em Ef 2:1-10, vemos Paulo disciplinando os efésios lembrando que, antes do novo nascimento, todos os cristãos eram, por natureza, condenáveis filhos da ira, mas pela graça receberam o perdão e a salvação para então viverem na obediência às Palavras. Voltando à exortação em Tt 3, Paulo prossegue ensinando que devemos, portanto, evitar discussões fúteis que não levam a lugar algum. Segundo o apóstolo, a pessoa polêmica que quer causar divisão deve ser censurada uma e duas vezes; mas depois disso deve ser evitada, ou seja, excluída, por recusar as advertências e por preferir viver em pecado.

 

A Palavra do nosso Senhor foi nos dada não para debates ou questionamentos maliciosos; mas para crermos e obtermos a tão almejada salvação. Por isso, a Bíblia adverte:

  • “[…] Não sejam respondões” (Tt 2:9)
  • “Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro.” (1 Tm 6:3-5)

 

Devemos, portanto, buscar um comportamento bíblico, dando testemunho da nossa transformação através do Espírito Santo. Evidentemente, a disciplina bíblica, uma vez compreendida, faz brotar em nós o zelo por uma vida de testemunhos, começando por cuidados pessoais que se estenderá à edificação da igreja como um corpo santo de Cristo, fazendo jus ao nome do Senhor, e não envergonhando o Evangelho.

Por isso em Pv 3:11-12 se recomenda:

“Filho meu, não rejeites a disciplina do Senhor, e não te enojes da sua repreensão, porque o Senhor repreende aquele a quem ama, assim como o pai ao filho que quer bem.” 

 

O homem que acolhe a repreensão e nela se pondera, certamente colherá bons frutos. No entanto, aquele que não aceita, nem se arrepende dos seus maus caminhos, certamente pagará um alto preço pela sua insensatez.

“Porque o mandamento é lâmpada, e a instrução, luz; e as repreensões da disciplina são o caminho da vida.” (Pv 6:23)

 

“Quem ama a disciplina ama o conhecimento, mas o que aborrece a repreensão é estúpido.” (Pv 12:1)